domingo, 12 de julho de 2009

Coluna do Miguel Arcanjo nº 160



Por Miguel Arcanjo Prado*
Foto de Ricardo Stuckert/Presidência


Enquanto muita gente espera sua morte, ele só pensa em vida. Bravo guerreiro e, antes de tudo, mineiro, segue em frente sempre com um ar que consegue dar a mistura perfeita entre altivez e humildade.

Zé, como quem gosta dele prefere chamá-lo, é homem de fé. Por isso está aí, lutando de pé sempre. Se eu tivesse que resumir tudo que penso sobre o vice-presidente da República, José Alencar, em uma palavra apenas, escolheria dignidade. Antes de tudo, ele é um homem digno.

Sua luta pública contra o câncer não faz ninguém ter pena dele. Muito pelo contrário, gera admiração profunda. Enquanto muitos homens públicos preferem esconder uma doença dessa magnitude até o fim, Zé faz de forma diferente: se expõe sem medo, com toda verdade possível. Ele jamais faz uso sensacionalista de seu estado de saúde, nem permite que outros façam isso. Age como um homem de preceitos e caráter irrepreensíveis faria.

Quando vejo Zé entrar e sair do hospital Sírio-Libanês, nas suas muitas internações ou cirurgias para retirada de tumores, sempre presto atenção na forma serena como conversa com os jornalistas, como conta o que lhe disseram os médicos, na ciência da figura pública e querida que é. Não se incomoda com as perguntas. Responde a todos com carinho de um pai. Também sempre faz questão de agradecer às muitas orações que recebe de conterrâneos como eu e também de gente de todo o Brasil.

Aprendi a admirar o Zé quando fui setorista da Vice-presidência, nos tempos de estagiário na reportagem da Globominas.com, o portal da TV Globo em Belo Horizonte, há três anos. Meu editor naquela época, o grande jornalista Paulo Valladares, me incumbiu de monitorar cada passo do vice-presidente. Ele foi a primeira personalidade da qual ocupei meu fazer jornalístico.

Aprendi a acompanhá-lo em seus feitos e declarações, muitas vezes vistas como insubordinação ao presidente Lula mas que, com o tempo, viraram marca registrada do Zé, sempre com o tom diplomático inerente aos mineiros. Acompanhei também as muitas internações, já que a luta do Zé contra o câncer é antiga. Ficava de olho nos boletins médicos e em sua recuperação.

Sempre quando ele se interna, muitos de meus colegas de profissão já pensam que será a última vez. Sempre rebato e digo, firme: fiquem tranquilos, porque o Zé vai sair dessa. Afirmo isso com a fé que ele mesmo, com sua atitude de vida, me ensinou a ter e manter. Vou com ele até o fim.

*Miguel Arcanjo Prado é jornalista e tem orgulho de ser mineiro como José Alencar, ou apenas Zé, como prefere chamá-lo.

sábado, 4 de julho de 2009

Coluna do Miguel Arcanjo nº 159

O Dois de Julho de Claudia Leitte

Por Miguel Arcanjo Prado*
Fotos de Thiago Teixeira/Divulgação


Só dá para entender a literatura de Jorge Amado quando se está na Bahia, terra com costume, linguajar e até civismo próprios. Não é só o requebrar autêntico dos baianos que encanta, mas a forma simples de ver a vida e decifrar o mundo que só aquela terra tem.

No último dia 2 de julho, a Bahia parou, como sempre, para comemorar sua independência do domínio português, alcançada nesta data, no ano de 1823, bem depois do famoso grito de Dom Pedro I às marges do Ipiranga. Como fez para escorraçar os lusitanos, o povo baiano ainda sai às ruas, com bandeirolas e fanfarras, sem deixar de dar um ar de mistério à festa, envolta no misticismo de personagens como o Caboclo e a valente soldado Maria Quitéria de Jesus. Na última quinta, os baianos tiveram um presente extra: o novo show de Claudia Leitte, "Sette", gratuito, em frente ao cartão postal de Salvador, o Farol da Barra.

A convite de Claudinha, saí de São Paulo na manhã do 2 de julho rumo a Salvador em um avião vôo abarrotado de ex-BBBs e que precisou até fazer pouso de emergência em Belo Horizonte, minha terra, por conta de um passageiro que passou mal. Mas, no fim das contas, todos chegamos sãos e salvos ao antigo aeroporto 2 de Julho, que ACM, sem consultar o povo, mudou o nome para Deputado Luís Eduardo Magalhãs, seu filho morto precocemente.

Logo após deixar a mochila no hotel, corri para a Barra. Era uma tarde quente, gostosa, e vi o palco grandioso em formato de concha com 20 metros de boca de cena, nove toneladas de luz, 20 toneladas de som e dez câmeras. Eu que havia deixado uma São Paulo cinza e fria, me alegrei ao me deparar com uma Bahia de céu sem nuvens e com aquele sorriso todo.

Pouco antes de o show começar, Claudia reuniu a imprensa no próprio Farol, para anunciar seu projeto futuro: uma carreira internacional. "Já estou falando inglês e espanhol fluentemente", contou. Também respondeu pela milésima vez como foi a internação do filho, Davi, que está muito bem, obrigado, e falou que Michael Jackson influenciou as coreografias do novo show bem antes de sua morte.

Do lado de fora, uma massa de cerca de 100 mil pessoas se aglomerava. Uma área em frente ao palco foi reservada a fãs inscritos previamente. Do outro lado da rua, o camarote recebia com requintes os mais abonados --entre os quais a penca de ex-BBBs. Mas a graça mesmo estava em ficar com o povo preto, em frente ao palco e longe do ar condicionado dos brancos, como diria minha colega jornalista Janaína Nunes. Mesmo sendo alvo de spray de pimenta da truculenta polícia baiana, do qual também não escapei. Enfim, às 19h40, tudo começou com o estouro de fogos de artifício.

Claudia surgiu acompanhada de 16 bailarinos e 13 músicos em clima de mistério medieval. Misturada entre os dançarinos, todos mascarados, o público só soube quem era ela quando tirou sua máscara. Dançou e cantou seus sucessos por duas horas a fio. Com a força, o vigor e a emoção de estar em sua terra, no meio de seu povo. Coisa que ela disse, visivelmente emocionada. E requebrou até não mais poder ao lado de Léo, do Parangolé, e Ed, do Fantasmão, seus convidados.

Apesar de declarar não ter religião, a cantora fez de Deus seu escudo junto ao público. Agradeceu a Ele o tempo todo, conclamou os fãs a se abraçarem e até chegou a brincar com tudo isso: "Estou parecendo uma pastora", disse. Se as coreografias explicitavam a fonte Michael Jackson, o figurino de Walério Araújo e Yan Acioli deixava Claudia bem parecida com uma Xuxa em seu auge, nos anos 80: bota de vinil até a coxa, tailleur de veludo, saia de tule, anca de metal. Tal qual uma princesinha do axé. Afinal de contas, Claudia é fruto disso tudo.

Bem-humorada, até brincou com a dita rivalidade com Ivete. "Se Ivete parir e o filho dela for menina, Davi vai pegar ela toda", disse, às gargalhadas. O povo foi ao delírio. Na boca do palco, eu só conseguia ver uma coisa: a autenticidade tão baiana desta cantora, simples como a sua gente, apesar do status de superstar, com o qual sabe lidar muito bem.

Enquanto Claudia comandava a massa, por um intante lembrei-me do dia em que ficamos amigos, há cerca de dois anos, em uma sessão que ela fazia no estúdio do fotógrafo André Schiriló, cujo making off acompanhei para a revista "Contigo!", ao lado da fotógrafa Silvana Garzaro. Lembro-me que, depois do trabalho, desligamos o gravador, rimos e falamos besteira durante toda aquela tarde. Coisa rara entre jornalistas e artistas. Como se diz na Bahia, o santo bateu, com aquela ligação de pertencemos a uma mesma geração --Claudia é só um ano e meio mais velha do que eu-- e enxergarmos a vida do mesmo modo. Foi isso que me passou pela mente enquanto o povo a aplaudia. Saí daquele show com a alma leve, diante da clareza, verdade e sinceridade de Claudia Leitte, tão exposta ali. Dádiva que poucos artistas conseguem ter.

*Miguel Arcanjo Prado é jornalista, afilhado de Zélia Gattai, fã de Jorge Amado, amigo de Claudia Leitte e não sabe quantas vezes já foi à Bahia. Para Mateus Schimith, ator e amigo capixaba, quase mineiro e novo soteropolitano, que me acompanhou neste show.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Claudia vive emoção da largada para nova turnê

Por Paulo Roberto Sampaio*

Será um show inesquecível, assim como o que levou quase um milhão de pessoas às areias da praia de Copacabana em fevereiro do ano passado. Dessa vez, a alegria invade o Farol da Barra, em Salvador neste 2 de Julho, Independência da Bahia. Um lugar especial, onde o horizonte, título da música de trabalho de Claudia, esconde um pôr-do-sol dos mais belos.

- Todos os compromissos associados à festança que vamos fazer no Farol da Barra, no próximo dia 2, estão me enlouquecendo. Ontem, quando cheguei de viagem, dei uma volta pela cidade e vi os outdoors e as placas que tomam conta do circuito do carnaval e anunciam o evento. Pode parecer bobagem pra vocês, mas eu fico emocionada quando vejo as coisas acontecendo... A estrutura do palco já está montada, as coreografias - acreditem coincidentemente inspiradas em Michael Jackson - estão lindas, o repertório afiado, os arranjos ricos e gostosos – assegura Claudia.

E cada detalhe da festa está sendo cuidadosamente traçado. Serão 9 toneladas de luz, 20 toneladas de som, mais de 1.000 KWA de energia e uma dezena de câmeras para filmar e documentar cada detalhe do mega-evento. O palco terá o conceito Orbit (em formato de concha) com 20 metros de boca de cena e revestido em material translúcido para poder aparecer o Farol da Barra atrás.

- Quando eu era criança adorava ir para o clube nos fins de semana. Eu e meu irmão costumávamos dar cambalhotas na piscina e, quando isso acontecia, eu chamava meus pais para assistirem aos saltos: "Olha o que sei fazer!" Estou me sentindo assim agora. Quero dar o melhor de mim para minha terra. Um salto no melhor estilo Maurren Magi – brinca ela, cheia de energia.

E Claudia prevê um show inesquecível, para o qual terá alguns convidados muito especiais:

- Convidei Leo, do Parangolé, e Ed, do Fantasmão, para "darem show" no Farol da Barra. Preparei um camarote especial para vocês e vou ter o privilégio de estar com meus melhores amigos e com minha família. Este salto vai ser duplo. Rs Já nem durmo direito, tamanha a ansiedade. Quanto ao DVD, já está sendo produzido. Selecionei a maioria das músicas, comecei a gravá-las e convidei artistas extraordinários para gravarem comigo. Vocês vão ter muitas surpresas. Eu já estou me surpreendendo – diz ela muito feliz.

O evento, além de celebrar a Independência da Bahia, marcará o lançamento nacional da nova turnê da musa baiana denominada Sette. Sete com dois “t”, assim como Leitte, de Claudia Leitte.

- Estou muito feliz por estar em casa. Fazer um show aberto ao publico é um presente que queria dar a mim mesma e a minha terra faz algum tempo. Planejávamos este evento para o ano passado, mas o adiamos. Agora ele irá acontecer uma semana antes do meu aniversario e, portanto, sinto-me realmente agraciada. Estou vivendo uma fase muito especial que, tenho certeza, antecipa grandes mudanças em minha vida e tanta felicidade precisa ser compartilhada com os meus companheiros, na minha casa, Salvador – diz Claudia.

A escolha do 7 para denominar a turnê mistura a busca pela perfeição e o desejo de imprimir um ritmo ainda mais eletrizante ao seu trabalho. Uma nova etapa após um começo arrasador na praia de Copacabana, no Rio. E para tanto, alguns elementos contribuíram decisivamente.

Claudia nasceu em julho, sétimo mês do ano. Seu nome tem sete letras: Claudia. Começou a despontar para a música no Babado Novo, numa banda à época formada por sete integrantes. Teve a confirmação que estava grávida no dia 7 de julho: 07/07. Gravou seu primeiro DVD solo, que marcou o início de sua carreira, no dia 17 de fevereiro, na praia de Copacabana.

Mesmo não sendo mística, admite que o sete seja um número marcante em sua vida e pretende fazer dele um símbolo, principalmente depois que descobriu que o sete é o número da perfeição e ela busca isso em tudo que faz. Sete são as notas musicais e a música está presente em cada instante de sua vida.

Sete são os pecados capitais – vaidade, avareza, ira, preguiça, luxúria, inveja e gula – e a todos condena, assim como sete são as virtudes – castidade, generosidade, temperança, diligência, paciência, caridade e humildade - e entre elas, exalta acima de tudo a generosidade e a humildade.

Ah, sim. Seu show começa às 7 da noite, é bom não esquecer.

*Paulo Roberto Sampaio é jornalista e assessor de imprensa de Claudia Leitte.

Festa de despedida do Agora

Apartamento da avenida São João, São Paulo, 25 de junho de 2009: o fatídico dia em que Michael Jackson morreu. Acabou recebendo homenagem.



De pé: Sérgio Carvalho, Marina Yakabe, Bruno Motta, Fabíola Reipert e Gabriela Quintela; Agachados: Rafael Carvalho, Mariana Garcia, Miguel Arcanjo Prado, Nany People e Mônica Ribeiro


Mônica Ribeiro, Nany People e Gabriela Quintela


Rafael Carvalho, Nany People, Bruno Motta e Miguel Arcanjo Prado


Gabriela Quintela, Alberto Pereira Jr, Miguel Arcanjo Prado, Fabíola Reipert, Felipe Cirelli e Rafael Carvalho


Fabíola Reipert


Sérgio Carvalho, Miguel Arcanjo Prado, Mariana Garcia e Fabíola Reipert


Miguel Arcanjo Prado e Gabriela Quintela


Miguel Arcanjo Prado e Marina Yakabe


Fabíola Reipert e Miguel Arcanjo Prado


Rafael Carvalho e Miguel Arcanjo Prado