sexta-feira, 26 de março de 2010

Festival de Curitiba 2010 - Dois destaques

Pelo terceiro ano consecutivo, cubro o maior evento teatral do Brasil, o Festival de Curitiba. É bom voltar à cidade, reencontrar amigos e conhecer novas turmas do teatro. Vou abrir com duas peças que vi e gostei. Veja, abaixo, por quê:



Nosso Estranho Amor
O quarto texto do dramaturgo mineiro João Valadares mostra que ele tem uma carreira grande pela frente. Sob ótima direção de Claudio Dias, João e Fabiana Loyola contam a história de um amor pouco convencional, mas nem por isso menos apaixonante. Apesar de os dois atores ainda deixarem transparecer a pouca experiência, isso não prejudica a interpretação e o encantamento que o texto provoca. O ponto alto da peça é a primeira cena de sexo do casal, coreografada para deixar o público de boca aberta. Diria que é uma das mais belas e poéticas cenas de sexo que já vi no teatro brasileiro. A trilha sonora executada ao vivo pelo violino de Luiza Anastácio e o violão de André Milagres, com canções de Caetano Veloso, também merece destaque.



Ghetto
O ator judeu Fábio Herford homenageia a história de sua família e de seu povo em uma peça sob direção abençoada do sempre talentoso Elias Andreato. No palco, vive um judeu polonês, último sobrevivente do gueto de Varsóvia, que conversa com Deus antes que a morte chegue. Mesmo diante do horror nazista, o personagem não perde sua fé, talvez o único sentimento que o aproxime da condição humana extirpada de seu povo pelo regime de Hitler. Ponto alto: a trilha sonora tocante executada ao piano pelo próprio ator. Também merece destaque os sapatos do cenário que representam os que foram aniquilados.

Foto Nosso Estranho Amor: Ernesto Vasconcelos/Clix/Divulgação
Foto Ghetto: Kelly Knevels/Clix/Divulgação

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