segunda-feira, 26 de julho de 2010

Bastidores: Inezita e Cauby

No dia 16 de junho de 2010, tive o prazer de entrevistar dois monstros da cultura brasileira. Primeiro foi a vez de Inezita Barroso, que completava 30 anos de seu programa, o Viola, Minha Viola. Depois, foi a vez de Cauby Peixoto, que se apresentava no Memorial da América Latina, em São Paulo. A competente fotógrafa Julia Chequer fez o registro para a posteridade. Taí:



domingo, 25 de julho de 2010

Coluna do Miguel Arcanjo nº 169


Eve

Por Miguel Arcanjo Prado*


Esta é primeira coluna feita por encomenda de um leitor. No caso, uma leitora. E que leitora. Outro dia, encontrei-me com ela, Silvana Garzaro, a maior fotógrafa de celebridades deste país, na estação de ônibus Amaral Gurgel, em Santa Cecília, no centro de São Paulo. Conversa vai, conversa vem, lembrei-me de contar a ela que, até que enfim, havia assistido ao filme A Malvada, ou All About Eve, no título original em inglês.

Peguei o DVD emprestado com a amiga jornalista Gabriela Quintela, que não é boba nada e tem a preciosidade em sua coleção. Satisfeita com a notícia, afinal de contas desde os tempos em que formávamos a mais divertida dupla de reportagem da revista Contigo! Silvana vivia insistindo para que visse o filme, ela sugeriu: “Por que você não escreve sobre A Malvada em sua coluna?”. Pedido de Silvana é ordem.

Para quem não viu – o que é inadmissível; portanto, corra urgentemente para resolver esse grave problema –, uma breve sinopse: o longa de 1950 dirigido por Joseph L. Mankiewicz conta a história de Margo (Bette Davis), atriz consagrada que vê sua vida ser transformada com a chegada da doce Eve (Anne Baxter), uma jovem aspirante a atriz.

Como um oráculo, o filme é uma verdadeira bíblia das relações humanas, sobretudo no campo profissional regado a muito glamour e pavonices, como o é o do jornalismo, o da fotografia e o das artes. Só depois de ver o filme é que você, meu caro leitor, entenderá o porquê de, sempre que vê nas pautas da vida jovenzinhos mal saído das fraldas e todos cheios de si e, principalmente, deslumbrados com o grand monde, Silvana dispara com a certeza de um pajé: “Eve!”

E as Eve são muitas. Vivem espalhadas por todos os cantos, mantendo seus jeitinhos dóceis e subservientes até estarem certas de que seu bote será infalível e que vão conquistar aquilo que tanto almejam. Elas são ótimas em interpretação. Dão banho em qualquer Fernanda Montenegro por aí. Se bem que algumas deixam, em algum momento, escapar uma certa dose de canastrice, até porque representar oito, 12 horas por dia não é lá coisa muito fácil. É aí que a atenção é fundamental. Esses pequenos momentos são reveladores.

É claro que também o sexto sentido ajuda. Mas esse é impossível ensinar, já que Deus o concede apenas a alguns. Graças a Deus, fui agraciado; assim como meu primo Caio Silva, sempre por perto. É esse dom que permite, com um só olhar de raio X, descortinar por trás da alma pretensamente dócil a víbora que se esconde. Porque, meu caro leitor, energia é impossível de se conter.

Para quem não tem lá esse trânsito para as coisas que não se veem, mas se sentem, fica uma preciosa dica. Quando se aproximar de você uma pessoa muito boazinha, solícita e elogiosa, sobretudo se tiver em posição inferior e você perceber nela uma dosinha que seja de ambição, pode saber: é Eve! Simples assim. Por mais que ela se esgueire em sorrisos e salamaleques, esteja certo de que, mais dia menos dia, o bote virá. E você, com toda a certeza, nesse momento poderá decretar, tal qual Silvana Garzaro: “Eve!”

*Miguel Arcanjo Prado é jornalista e pretende ver novamente o filme A Malvada.

sábado, 10 de julho de 2010

Coluna do Miguel Arcanjo nº 168

Claudia Leitte e eu

Por Miguel Arcanjo Prado*



Miguel Arcanjo e Claudia Leitte fotografados por Julia Chequer

A primeira vez que ouvi Claudia Leitte foi logo quando ela estourou com a banda Babado Novo. Estava em Belo Horizonte ainda, e Gabriel, meu irmão caçula, gostava de escutar aquela loirinha surgida na Bahia. A música dela falava mais a ele do que a mim e não dei muita bola.

A primeira vez que vi o rosto de Claudia Leitte foi pela TV, sentada no sofá da Hebe pela primeira vez. Também não liguei muito, assim como quando a minha editora durante meu estágio na Globominas.com, o portal da TV Globo Minas, vivia a cantarolar a música da moda de então, "Bola de Sabão". Achava até engraçadinha a canção. Mas era só isso.

A primeira vez que conversei com Claudia Leitte foi por telefone, ou "via Embratel", como ela prefere dizer, citando Cazuza. Era 2007, já estava formado, em São Paulo, trabalhando como repórter da revista Contigo!. Precisava fazer uma matéria sobre sua lua de mel em Las Vegas. Falamos quase uma hora ao telefone. Ela sempre solícita e fazendo o papo cada vez mais agradável. Ficou uma boa impressão.

A primeira vez que vi Claudia Leitte foi poucos meses após essa conversa. Ela estava no estúdio de André Schiliró, em São Paulo. Eu ao lado da parceira e ótima fotógrafa Silvana Garzaro estávamos incumbidos de fazer o making of. A entrevista correu solta. Fizemos a pauta completinha. Ao fim, Claudia me perguntou: "Está bom de entrevista?". Eu disse que sim, certo de que ela fosse encerrar a nossa estada por ali. Então, ela me surpreendeu com um convite sorridente: "Vamos então ficar batendo papo". Falamos de faculdade, de amor, rimos, imitamos gente, cantamos, enfim, amizade à primeira vista ao perceber que dividia muita coisa com aquela menina da mesma geração que a minha, apenas um ano e meio mais velha do que eu.

A primeira vez que vi Claudia Leitte no palco foi quando, ainda desconhecedor de sua música, fui ver um show que ela fazia para uma marca de barbeador. Fiquei bem na frente e qual não foi a minha surpresa ao perceber que Claudia cantava as músicas olhando nos meus olhos. Depois, num outro encontro, ela confirmou, deixando-me encabulado: "Aquele show eu fiz para você".

A última vez que vi Claudia Leitte foi no sábado passado. Aguardava ao lado da imprensa carioca o começo da entrevista de lançamento de sua nova turnê, Rhytmos, no Riocentro. Quando ela entrou, atravessou a sala, deixando fotógrafos em polvorosa, e caminhou até o canto onde eu estava. Para minha surpresa, deu-me um carinhoso abraço e um beijo no rosto. Só depois desse gesto tão breve, mas tão significativo para mim e para ela, foi que que tomou lugar no centro da roda.Ao fim do show, chegou para mim e disse, no pé do ouvido: "Sei que a gente não tem muito tempo, mas um dia a gente vai ter. O importante é que eu te amo e sei que você me ama". É verdade, Claudia. E é por você ser essa mulher linda que hoje, no dia de seus 30 anos, digo apenas: Parabéns, menina, e que Deus te abençoe muito!

*Miguel Arcanjo Prado é jornalista e, por ironia da vida, só passou a ter um disco de Claudia Leitte há três semanas.

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