terça-feira, 2 de setembro de 2008
Coluna do Miguel Arcanjo nº147
Cinco jornalistas em cinco anos
Por Miguel Arcanjo Prado*
Tem sempre aqueles que a gente guarda para sempre. Nomes que nos fazem grandes. Nesta profissão chamada jornalismo, eles também existem. Não são muitos, mas sabê-los é primordial. Tanto quanto falar deles.
Josie Jerônimo é a melhor repórter que já conheci nesta vida. Guerreira destemida --como os bons repórteres costumam ser-- sempre foi cheia de idéias. E de papo bom. Sempre viu pauta até onde ela nem sonhou passar. Com nossas conversas resolutas pelo campus Pampulha da UFMG, resolvemos que jamais seríamos peões de redação.
Marcílio Lana foi uma espécie de pai que tive na redação da TV UFMG, onde quase tudo estava por fazer. Homem forte --do tipo que rasgava pautas ruins na cara de quem tivesse feito--, era o talento nato para ensinar na prática, algo tão avesso aos costumes acadêmicos. De cara, vi naquele homem um espelho. Alguem a quem copiar. Em alguns momentos da vida, ter modelos é crucial. Marcílio sabia repreender e elogiar. Ensinou-me coisas simples --e tão importantes-- como a voz certa para gravar um off, ou falar um pouco mais baixo ao entrar ao vivo. Além de ter me ensinado o que é notícia.
As portas da TV Globo me foram abertas por um homem chamado Paulo Valladares. Sem dúvida, um dos maiores jornalistas de Minas Gerais. Ao lado de Paulo, a cada manhã na Globominas.com, aprendi segredos imprescindíveis, tais como a leveza que as coisas mais carregadas de peso não podem deixar de ter. Paulo me ensinou o bom humor para encarar o jornalismo --coisa que mantenho, muitas vezes a duras penas. Com ele, aprendi a ter a certeza de que tudo dá certo no fim.
Foi também na TV Globo que conheci outra jornalista crucial que, com seu trabalho árduo e exemplar na escuta, tornou-me um apaixonado ainda mais pela profissão de João do Rio. Seu nome: Ingrid Kebian, viciada em notícia assim como eu. Identificação imediata de alma e admiração profissional recíproca expressas nos almoços da cantina "global". Com a leveza e o sotaque de uma alma carioca --Ingrid é do Rio--, aprendi com ela o beabá de um jornalismo vivo e cheio de rondas.
Tal qual novamente aprendo a cada manhã da Folha Online, ao lado de Ligia Braslaukas. Está para nascer tanto tesão jornalístico. Minha colega Gabriela Quintela e eu costumamos dizer que queremos ser ela quando crescer. Sem rodeios, sem frescuras, Ligia vai sempre direto ao ponto: a notícia. Faz os olhos brilhar.
Assim o jornalismo vai passando, na velocidade estonteante das notícias que gritam para ser redigidas a cada instante, deixando minha cabeça muitas vezes tão confusa e tão certa, sobretudo quando me deparo com gente assim.
*Miguel Arcanjo Prado é jornalista há cinco anos.
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9 comentários:
Miguel,
Vc pdoeria me dizer o que aconteceu com a coluna de Sérgio Ripardo na Folha on line? De uma hora para outra ela sumiu. O que aconteceu com o editor da ilustrada? Abc
Grande, grande Miguel Arcanjo Prado. Só os grandes são capazes de tamanha generosidade. Deus cruzou nossos caminhos e que assim seja, sempre. Brigadão, amigo. Te amo muito.
Uhuuu, Miguel!
Super obrigado, mesmo com tanto exagero sobre o Paulo!
Um beijão,
Miguel,
tão "filho da TV UFMG" como eu, obrigado pela referência em sua coluna. Não tenha dúvidas, no nosso caso, a admiração é recíproca. O pai que existe em todos nós só aparece, tenha certeza, quando a gente concebe os filhos. No seu caso, é um orgulho, uma honra.
Abraços e saudades do amigo,
Ooooi, otimo texto!
Poucas pessoas sabem elogiar e valorizar o trabalho de outras.
abracos.
de todas as edições de sua coluna, essa foi a melhor.
se um dia vc se superar eu aviso
Ótimo texto.
abraços!
Oi Miguelito
Não tive a sorte de conhecer os outros que você cita, mas tive a grande felicidade de conhecer o JORNALISTA Paulo Valladares – assim mesmo, com todas as letras maiúsculas, que além do bom humor e da leveza, tem uma cultura e um senso crítico muito acima do normal, e com quem a gente aprende a cada minuto. E mais do que um excelente jornalista, é um ser humano extraordinário!
Com “mestres” deste calibre, você vai me sair um “aluno” e tanto, heim?!?!...
Bjs,
Miguel, com certeza pessoas de nossa vida acadêmica e profissional marcam nossa trajetória futura.
Absorvermos os talentos de cada indivíduo e moldamos a nossa "personalidade" profissional, o que nos diferencia então um profissional do outro.
A vida é um aperfeiçoamento de nossa aptidões.
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