terça-feira, 9 de junho de 2009

Por dentro do 'Programa do Ratinho'

Por Miguel Arcanjo Prado
Fotos Guilherme Lara Campos/Folha Imagem

Aos 53 anos, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, aposta no popular. E não tem vergonha disso. A reportagem acompanhou os bastidores do "Programa do Ratinho" que foi ao ar ao vivo, das 17h30 às 18h30, na última quinta-feira. Há um mês no ar, Ratinho recebeu a visita com a segurança de quem conseguiu triplicar a audiência do SBT no horário --seu programa marca entre 6 e 7 pontos no Ibope. Antes, o horário tinha 2 pontos.

De segunda a sexta, Ratinho segue para os estúdios do SBT, em Osasco, logo após sua caminhada matinal de uma hora. "Gosto de chegar cedo e ficar no meio da produção, dizendo põe isso, põe aquilo", conta. A uma hora de entrar no ar, tudo fica agitado. O apresentador faz a maquiagem e veste a roupa, separada pelo figurinista Luciano Amorim, que mudou o estilo do apresentador. "Antigamente, o programa era um circo. Então, eu colocava o Ratinho bem colorido. Agora, está mais sóbrio, mais chique", afirma Amorim.


Esquentando a plateia


Enquanto Ratinho se apronta, o produtor Daniel Modesto escreve as dálias --cartazes com informações para o apresentador, que não usa ponto eletrônico. "Escrevo as atrações e as marcações", conta. No palco, o músico Camilo Reis, vocalista da banda --de seis integrantes-- do programa, diverte a plateia com concursos de dança e de canto. "No estúdio, faz muito frio, então, é preciso esquentar a plateia. Converso, brinco e explico como funciona", diz.

Uma das instruções é que, diante de um discurso do apresentador, a plateia pode --e deve-- aplaudir com vigor e sapatear no tablado. O ensinamento é seguido à risca pela aposentada Izabel Bezerra dos Santos, 60 anos, assim que o programa começa. "Sempre assisti pela TV. É minha primeira vez e estou me divertindo muito. Estou amando essa energia", disse, espevitada.

Ratinho dá boa noite e logo chama uma reportagem sobre briga de torcedores. Daí, ele xinga e depois inventa passos de dança com o improviso sonoro da banda, antes de receber a secretária italiana Valentina Francavilla --que só fala italiano, e ele não entende nada. Depois, vai até o auditório e volta para fazer merchandising e discursar contra a bandidagem e os políticos. "Quem briga no estádio tem de apanhar na cara!", é um de seus gritos. A plateia aplaude, sapateia e grita o nome do apresentador, instigada pela produtora Vanessa Guzzo.

Depois, ele atende as ligações dos telespectadores, que tentam adivinhar quais das seis enfermeiras no palco são homens e quais são mulheres. Oferece R$ 1.400. Ninguém acerta. Sobe para R$ 2.000. Mais erros. Uma hora de programa voa, e tudo acaba com o boa noite. Já no camarim, enquanto termina de trocar de roupa, Ratinho diz ter "trocado a baixaria pela alegria". "Estou fazendo um programa alternativo, sem apelar." E tenta quantificá-lo. "A gente quer fazer 20% de jornalismo, 50% de humor, e o resto é entretenimento."

Questionado se não fica tentado a voltar com os testes de DNA, responde: "O Silvio Santos não quer. Se precisar, a gente faz, mas só se for tipo de um cantor famoso".

Ganhando menos

Para voltar ao ar, Ratinho teve de abrir mão de seu antigo salário. "Eu ganhava muito no SBT, quase R$ 2 milhões. Era um funcionário muito caro. Então, o Silvio me deixou fora do ar um ano porque decidiu que não queria mais baixaria. Ele me propôs uma sociedade, como fez com o Gugu e o Netinho. E está dando resultado, com lucro. Hoje, eu ganho menos, mas acredito que em dois meses vou ganhar o que ganhava." E Ratinho quer ser o rei da tarde? "Com certeza eu vou ser o rei da tarde. Eu acho até que a atração poderia ir até as 19h porque eu pegaria o público masculino também", diz, todo confiante.

No "Programa do Ratinho", Carlos Massa conta com dois companheiros para não ficar perdido no ar: Sombra e Xaropinho. O Agora desfaz o mistério, mostra os rostos e conta quem são eles.


Braços direitos do apresentador


O radialista Alvino Batista Soares, 52 anos, com quase 30 de rádio e 15 de TV, é a voz misteriosa do Sombra. "Certa vez, uma mulher me reconheceu pela voz no terminal Tietê. Achei esquisito", diz. Soares é uma espécie de segunda voz do apresentador. "O Ratinho não usa ponto eletrônico. Tenho de ficar atento a tudo o que ele fala. Porque, se ele esquece de alguma coisa, ele me chama."

O outro auxiliar de Ratinho é Eduardo Mascarenhas, 35 anos. Há dez ele dá vida ao boneco Xaropinho, cuja função é levar humor ao programa e servir de escada para as falas do apresentador. "Dou um tempero ao programa. O Ratinho é o Ronaldinho. A gente tem de jogar a bola para ele fazer gol", afirma.



Mascarenhas conta que Xaropinho tem um grande número de fãs adultos. "O Xaropinho não é um boneco pedagógico. Ele é entretenimento puro", filosofa. Para ele, assim como no caso da apresentadora Maisa, a espontaneidade de Xaropinho fez seu sucesso.

Dentro de um buraco no cenário, onde tem um monitor para acompanhar o programa, Mascarenhas já passou de tudo. "Já cortaram meu microfone, já levei sapatada. Mas o pior foi no dia em que minha mulher quis conhecer meu trabalho. A Rita Cadillac veio, e o Ratinho falou que eu tinha de beijar a bunda dela", conta, sorrindo. E beijou? "Eu não. Mas o Xaropinho sim". Então, tá.

Publicado no Agora São Paulo, em 9/6/2009.

3 comentários:

Anônimo disse...

eu achei bem lega!!!!!!
vaisevir para o meu trabalho escolar

Anônimo disse...

eu achei bem lega!!!!!!
vaisevir para o meu trabalho escolar

Anônimo disse...

eu achei bem lega!!!!!!
vai sevir para o meu trabalho escolar