domingo, 21 de fevereiro de 2010

Carnaval de Salvador resume o Brasil



Por Miguel Arcanjo Prado, enviado do R7 a Salvador

Seja na beleza do tapete branco formado pelos integrantes do tradicional bloco afro Filhos de Gandhy, nos movimentos suntuosos da Deusa do Ébano do Ilê Ayê ou na sensualidade dos cantores, que vão de Claudia Leitte e Ivete Sangalo a Léo do Parangolé, o Carnaval da Bahia mostrou mais uma vez a sua força nos últimos seis dias.

E ela vem, sobretudo, da população baiana, que se enfeitou e se animou para brincar na maior festa popular do mundo e receber com carinho os 500 mil turistas que chegaram à cidade.

Mas o Carnaval não é só alegria. É também palco de problemas persistentes como a violência entre foliões e os furtos que atormentam tantos outros. Nos últimos seis dias de festa, a reportagem do R7 presenciou roubos, assaltos e agressões nos circuitos.

Mas nem o mais truculento folião conseguiu tirar a beleza da festa, que se traduziu na música diante da qual é impossível ser indiferente.

Terra de gênios como João Gilberto, Caetano Veloso e Gilberto Gil, a Bahia ainda canta o Brasil. O pagode provocante do Rebolation, do Parangolé, a batida eletrônica de As Máscaras, de Claudia Leitte, o suingue de Na Base do Beijo, de Ivete Sangalo, o bom humor do Vale Night, do Asa de Águia, a inteligência de Andarilho Encantado, de Daniela Mercury, ou o sincretismo de Saudação ao Caboclo, de Margareth Menezes, traduzem a diversidade cultural do povo brasileiro.



A festa não conquistou só estrangeiros, mas também os próprios baianos. Prova disso foi ver o brilho nos olhos das pessoas na arquibancada do Campo Grande diante dos beijos jogados por Claudia Leitte do alto de seu moderno trio. A cantora, ao pegar um colar jogado por um integrante dos Filhos de Ganhdy, resumiu a mistura do axé.

A folia foi de estreia para a estudante Naiara Garcia, de 22 anos, que nunca havia visto o Carnaval de sua terra de perto.

- Só tinha visto pela televisão. Pessoalmente, é muito mais impactante e bem mais divertido. Fiquei impressionada com Ivete levantando o povo.

Outro que se empolgou na festa foi o empresário soteropolitano Augusto Guimarães, de 25 anos.

- A festa da Barra é mais fresca do que no Campo Grande, por conta da praia. O que me arrepia sempre é a passagem do Chiclete [com Banana]. Eles têm um astral único, que me faz arrepiar todos os anos.

O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite da Ciel Empreendimentos Artísticos.

Abaixo, 2 vídeos de Claudinha Leitte agitando o Campo Grande. Quem for esperto, vai me achar no alto do carro. Beijos!



Um comentário:

lucia disse...

gostei muito da reportagem parabens miguel