quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Crítica: Play - Muita mentira e pouco sexo
Por Miguel Arcanjo Prado
Sabe aquele poema Quadrilha, do Drummond, que é uma verdadeira suruba classuda? Pois é. Ao ver a montagem Play, em cartaz no teatro Nair Bello, em São Paulo, ela me veio à mente.
É que o texto de Rodrigo Nogueira dirigido por Ivan Sugahara conta a história de um casal que vive um temperamento sexual menos que morno, interpretado pela classuda Daniela Galli e o próprio Nogueira. E quem movimenta o marasmo é a irmã da mulher, interpretada por uma espevitada Maria Maya, e o melhor amigo de faculdade do marido, vivido pelo insosso Sérgio Marone. Claro que tudo isso com direito a muitos chifres.
Não fosse pelo trabalho bem abaixo da linha aceitável de uma boa interpretação feito por Marone, daria até para dizer que o elenco vai bem. O segredo é não prestar muita atenção nele e se concentrar nos outros três. Aí, sim, a peça diverte.
Há boas interações multimídias, com exibições de vídeos com depoimentos femininos em um telão - em um deles surge a mãe de Maria Maya, a diretora Cininha de Paula. Como ela é a cara de Maya (ou seria o contrário?) a gente mais fica comparando as duas do que presta atenção no que ela diz. Mas voltemos ao elenco que vale a pena.
Galli mostra competência no domínio das cenas dramáticas e é quem mais se destaca. Maya também não vai mal. Dá o tom certo de vagabundagem que sua personagem pede. O mesmo vale para Nogueira, que faz aquele carioca safado e descarado, que lembra algum texto de Nelson Rodrigues - só que sem os dramas.
Play não é lá uma peça que se diga: que supimpa! Digamos apenas que diverte na medida certa para um fim de noite.
A peça Play está em cartaz até 24 de fevereiro todas as terças e quartas, às 21h, no teatro Nair Bello (r. Frei Caneca, 569, 3º andar, Bela Vista, São Paulo, tel. 0/xx/11 3472-2414; 14 anos). O ingresso custa R$ 40.
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Um comentário:
Tédio total essa peça!
aff
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