sábado, 21 de março de 2009

Coluna do Miguel Arcanjo 154

Festival de Curitiba - Primeiros Ares

Voltar ao Festival de Curitiba dá a sensação de que tudo mudou e que tudo continua a mesma coisa. Não eu, evidentemente. Agora, escrevendo para jornal e não para site, consigo ter um pouco mais de paz. Mas tenho a sensação de déjà vu em muitos momentos. Aqui estão os atores correndo atrás de jornalistas que vejam e critiquem suas peças. As estrelas globais --dessa vez, em número bem menor do que em 2008-- atraindo mais atenção que a turma do teatro --a minha inclusive. As peças experimentais, as peças-lixo --uma quantidade incontável-- e também as gratas revelações. Estar em Curitiba é como fazer uma garimpagem cultural. Mas também é a hora de rever amigos queridos feitos aqui no ano passado, como o Leandro Knopfholz, coordenador do evento, a Mônica Santanna e o Eduardo Simões, da assessoria de imprensa, e o Daniel Sorrentino, que cuida da Clix, a agência fotográfica que produziu as belas imagens deste post. De toda forma, morno ou não --a crítica do jornalista e agora ator da Cia dos Satyros Alberto Guzik na matéria do meu colega Lucas Neves na "Folha de S.Paulo" está movimentando as línguas teatrais--, uma coisa é certa: não há no Brasil festival teatral melhor que este.

Azeda

Marília Gabriela, que está em Curitiba com o monólogo "Aquela Mulher", dirigido pelo colega de Portelinha Antonio Fagundes, mostrou um pouco da sua habitual mistura de arrogância e amargura ao recusar convites para entrevistas. Alegou que guardava a voz para usar no palco. Enquanto isso, grupelhos iniciantes dão a vida por um jornalista na reta. Mundo ingrato!

Simpatia só

Thiago Lacerda, o mais famoso do evento, está um show de simpatia. Conversa com quem lhe aborda, dá aquele sorrisão aberto e fala sobre o que perguntarem. Ele que não é bobo nada trouxe o filho e a mulher para o festival. Segue sempre acompanhado pela turma de "Calígula", que inclui os bambambãs do teatro Pascoal da Conceição e César Augusto --que deixou o Antunes Filho para estar ao lado do meu conterrâneo Gabriel Villela. Prova que galã também é gente.

Epifania

A montagem "Inveja dos Anjos", da Armazém Cia. de Teatro, fez bonito na sua estreia --apesar de meu muito sono, devido à festa de dez anos do "Agora" na última quinta. A peça é cheia de loucura e pequenas verdades escondidas, como costuma ser a vida de todo mundo, com direito a momentos de epifania para ninguém botar defeito. Epifania, taí uma palavra que meu primo Marcelo Junio Gonçalves adora. Acho que ele adoraria a peça também.

Ela é uma graça

Na coletiva de "Zoológico de Vidro" Karen Coelho entrou muda e saiu calada. Mas não deixou de encantar com seu charme de menina recatada, daquela tipo interiorana. Tinha que fazer mocinha de novela das seis. Depois veio pertinho de mim e conversamos um bocadinho. Ela é mesmo uma gracinha de menina. Ao contrário da jornalista-atriz.

O amor de Cássia

Cássia Kiss anda amando, amando, amando. Todo mundo já sabe disso e até fiz uma matéria no "Agora" sobre o assunto. Mas ela não cansa de repetir: "É impressionante achar o homem da minha vida aos 51 anos", disse aqui em Curitiba. O elenco de "Zoológico de Vidro" está agradecido ao médico João Baptista. Tanto que ele anda sendo chamado de "São João" pelo diretor Ulysses Cruz.

Fotos: Daniel Sorrentino, Kelly Knevels/Clix

3 comentários:

Anônimo disse...

thiago é tudo de bom!!!

Laly Cataguases disse...

Ah, então o festival não está de todo mal, que bom!

Eduardo Simões disse...

Querido,

você é sempre muito bem-vindo aqui!

Bj!