Por Miguel Arcanjo Prado
O “Rehab” na voz de Amy Winehouse que a platéia escuta já do lado de fora do TUC, serve de pré-ambientação para “Óquei!”, montagem que a Cia. Transitória apresenta neste Festival de Curitiba –recurso igual, inclusive a mesma música, era utilizado no espetáculo “Sexo Verbal”, que cumpriu temporada recente em São Paulo. Mas tudo bem, Amy é mesmo muito boa e o melhor: é da nossa geração.
De repente, some o vozeirão de Amy e o público é convidado a entrar. Logo, o espectador vê o CD virar vitrola anos 80, com Madonna acima de tudo e todos com sua batidíssima e ainda ótima “Like a Virgin”. Vestidos com ares futuristas, o quarteto Kelly Eshima, Flávia Sabino, Thiago Inácio e Zé Eduardo se saracoteiam tal qual os bailarinos da diva pop. Descem, levantam, jogam as pernas e fazem coreografias de jogos sexuais.
Vestidos com biquínis e sungas, os atores são cobertos com capas de chuva transparentes e calçam galochas de plástico, o que transparece o ar futurista-pop almejado com afinco pelo jovem grupo.
Após a dança enérgica, eles começam a falar o texto de David Ives, sentados em duas cadeiras, com os sugestivos nomes de Madonna e Caetano. O quarteto se reveza na disputa por um lugar, sempre ocupado por outro que há de vir, num descortinamento da dificuldades das relações humanas por mais simples que sejam e da tensão sexual presente em todas as relações.
Outras referências gays além das já citadas surgem, como a música “Eu Comi a Madona”, de Ana Carolina. Bem-humorada, a montagem utiliza-se até de um axé coreografado em um dos momentos de maior bizarrice.
Outra cena divertida é quando o elenco utiliza-se de bichos de pelúcia para repetir o texto dado anteriormente por eles. Fica divertido e provocativo. Tem um quê de adolescente que não sabe para onde ir e volta automaticamente à infância, quando tudo era possível e dado. Uma quase síndrome de Peter Pan.
Além dos bichinhos, há até a referência do pastelão, como quando eles jogam água uns nos outros, arrancando risinhos simpáticos da plateia da mesma forma que "O Gordo e o Magro" faziam.
A montagem é despretensiosa e cumpre o que promete: mistura tudo o que é possível em um caldeirão de referências múltiplas e essencialmente jovem e pop.
Foto: Lina Sumizono/Clix
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Um comentário:
guel arcanjo porque maria soniamaria no limpo hebe tem na sua mao dureuta um serpente gigante que chega ate minha rua,mas nao passa dentro de casa hehehehehe,deixa queto eu sonhei é tudo um sonho.
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